Em 24 de dezembro de 2019 passou a vigorar o RenovaBio, uma iniciativa do Governo Federal para estimular a produção de biocombustíveis no país a partir de um mercado de títulos (créditos de descarbonização – CBio), gerados com base na Nota de Eficiência Energético-Ambiental das usinas.
Estima-se que essa nova política de incentivo aos biocombustíveis irá impulsionar, apenas no setor de etanol, investimentos na ordem de R$ 9 bilhões por ano, com a renovação de canaviais, e mais R$ 4 bilhões com o aumento da produção de cana-de-açúcar. Os investimentos deverão ser em práticas e tecnologias que reduzam as emissões de carbono no processo produtivo do etanol.
E o uso adequado da vinhaça está entre as soluções que contribuem para que o setor obtenha mais CBios. Também conhecida como vinhoto e restilo, a vinhaça é um resíduo líquido derivado da destilação do vinho, resultante da fermentação do caldo da cana-de-açúcar ou melaço. Para cada litro de álcool produzido, é gerado, pelo mesmo processo, em média 12 litros de vinhaça. Por ser rica em matéria orgânica, potássio e outros nutrientes, a vinhaça, antigamente vista como fonte potencial de poluição, passou a ter um grande valor econômico na lavoura da própria cana-de-açúcar, sendo aproveitada para fertirrigação. Esse aproveitamento reduz o custo de aplicação de fertilizantes, pois se economizam máquinas, mão de obra e compra de adubos químicos.
A vinhaça possui um alto valor fertilizante em solos, no entanto são necessários cuidados no armazenamento, transporte e aplicação para que não cause danos ao meio ambiente, principalmente em corpos d’água superficiais ou subterrâneos. A vinhaça tem um autopoder corrosivo e um potencial de poluição, o que exige a necessidade de alguns cuidados na escolha e manutenção dos equipamentos utilizados no manejo desse resíduo.
Para o transporte da vinhaça em caminhões, os tanques de fibra de vidro são ideais, pois apresentam alta resistência à corrosão, baixo custo de manutenção e proporcionam um armazenamento mais seguro. A primeira empresa a oferecer essa tecnologia ao setor foi a Unifibra, localizada em Jardinópolis, SP e fundada em 1995.
A Unifibra fabrica tanques de transporte (elíptico, semi-elíptico e cilíndrico), tanques especiais como o modelo exclusivo Off-Road para aplicadores de vinhaça localizada NONINO, reservatórios para armazenamento e realiza manutenção e recuperação, assim como locação de tanques de transporte e carretas. Também produz peças e acessórios para reservatórios, tanques de transporte em PRFV (Poliéster Reforçado em Fibra de Vidro).
Unifibra se prepara para atender o RenovaBio
Antenada com as tendências do setor, a Unifibra prevê que, com o RenovaBio, o setor irá aumentar a demanda pelas soluções oferecidas pela empresa. Por isso, está investindo R$ 10 milhões para modernizar sua planta inteira: da portaria até a produção. Além de um novo layout na parte estrutural e logística, a empresa direcionou R$ 5 milhões (metade do investimento) para a aquisição de modernos equipamentos. As ações irão aumentar sua capacidade de fabricação.
“Estamos nos preparando para o RenovaBio. Vamos dobrar nossa capacidade produtiva. Hoje, fabricamos 40 tanques por turno de trabalho, passaremos a 80 tanques por turno de trabalho, podendo chegar a 100 equipamentos trabalhando com segundo turno. Só na indústria investimos R$ 5 milhões, apenas uma máquina custa R$ 2 milhões e já começa a operar agora em janeiro. Também teremos barracões novos e nova linha de produção. Vamos produzir mais em menos tempo e agilizar o processo”, conta William Moreira, gerente Comercial da Unifibra.
A empresa é líder de mercado em sua categoria, destacando-se no desenvolvimento de tecnologias de ponta. “Oferecemos equipamentos que só nós temos patente. Soluções inovadoras como o “bombeiro” (pipa) mais leve do Brasil. Ele tem ¼ do peso do bombeiro de ferro convencional. Permite, por exemplo, reduzir o peso do transporte da água de 20 mil kg para 16 mil kg. Resultando em economia em pneu, óleo diesel, logística e deslocamento mais rápido”, diz Moreira. Além de redução de custo, equipamentos como o bombeiro da Unifibra, ajuda o setor a emitir menos carbono.
A empresa foca também na aplicação correta da vinhaça. “Esse subproduto já foi considerado um problema para a usina. Hoje, é matéria-prima que é aplicada no solo e gera economia. Enriquecida com ureia vira adubo líquido. Desenvolvemos um equipamento que permite aplicar o adubo líquido no pé da cana, contribuindo para produzir mais na mesma área. Além de preservar o meio-ambiente”, salienta Moreira. Segundo ele, todos os anos, o departamento de engenharia da Unifibra busca lançar tecnologias que gerem economia e dê rentabilidade e retorno para seus clientes.
A criação de projetos especiais faz parte das atividades da Unifibra, como o desenvolvimento da primeira chaminé em fibra de vidro do Brasil. Uma solução para que o gás não corroa a chaminé (o que faz com o aço). A chaminé de fibra de vidro foi instalada em uma unidade em Boituva, SP e realizou sua primeira safra em 2019.
A Unifibra, que é homologada por diversos órgãos, como SABESP e Inmetro, em 2019 bateu o recorde de comercialização de novos equipamentos, chegou aos 500. “Crescemos ano a ano, em 2017, vendemos 150, em 2018, foram 300 e em 2019, chegamos a 500, um recorde em nossa história”, diz Moreira. Além de produzir novos equipamentos, a empresa também realiza a reforma de equipamentos, mesmo de outras marcas. “Em 2019, batemos a casa de 1000 equipamentos reformados. Todos os equipamentos nossos e dos concorrentes, reformamos com peças originais.”
A empresa também atende a indústria química, petroquímica, cervejaria e saneamento básico. Mas o setor sucroenergético representa 80% de seu faturamento, o que justifica os lançamentos mais focados na agroindústria canavieira e a aposta no RenovaBio. "Sabemos que estamos no caminho certo, achamos que os investimentos serão pontuais para um novo rumo à política do biocombustível, proporcionando novas vagas de emprego na região. O Brasil precisa dessa força", afirma Fernando Nardelli, Diretor-Comercial da Unifibra.
Fonte: Revista CanaOnline
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